Assim o ser humano afunda mais e mais espiritualmente. E quanto mais afunda, mais erros comete e menos capaz se torna de reconhecer sua própria queda e seus erros, bem como os últimos auxílios que ainda chegam para ele na Criação. Essa situação prossegue até o ponto em que fica absolutamente excluído de qualquer auxílio espiritual. Terá se tornado então um inimigo consumado de Deus, sem possibilidade de voltar atrás, mesmo que julgue ser uma pessoa boa e um fiel legítimo, cumpridor dos deveres estabelecidos por sua religião.
A perplexidade ante os acontecimentos de nossa época faz surgir em algumas pessoas perguntas do tipo: Como Deus permite que aconteça tanta injustiça, tanta miséria, tanto sofrimento? Por que Ele não liberta a humanidade desses flagelos? Por que não torna todos os seres humanos felizes, sadios e sem pecados?
Perguntas desse tipo só podem surgir de uma concepção errada sobre a atuação da Justiça e do Amor divinos. Em primeiro lugar, qualquer sofrimento que atinge um indivíduo, uma coletividade ou um povo inteiro, é sempre fruto de uma atuação anterior contrária às Leis da Criação. Dor, angústia, tristeza, miséria, desesperança são produtos dos próprios seres humanos. Nunca o Criador teria colocado tais coisas em Sua obra maravilhosa. Muito pelo contrário. Apenas alegria e felicidade estavam previstos para os seres humanos em seus caminhos de desenvolvimento através dos planos da Criação. Essas coisas más nunca existiram na Criação até o grande falhar.
Eles, os orgulhosos e auto-suficientes seres humanos, desprezando advertências e exortações, quiseram seguir outros caminhos que não os prescritos pela Vontade de Deus; caminhos que eles mesmos criaram para si. Semearam desgraça, e por isso agora colhem desgraça. Tinham a liberdade de decisão, o livre-arbítrio, porque essa é uma característica própria do espírito. Não precisavam ter enveredado pelo caminho da perdição. Imensos foram os esforços despendidos pela Luz para que refletissem e voltassem ainda a tempo dessa marcha coletiva rumo ao abismo. Mas foi tudo em vão. Foram sempre apenas poucos, pouquíssimos, que aceitaram as advertências e os auxílios, procurando viver daí em diante conforme a Vontade de Deus. A maior parte continuou passeando despreocupadamente pela falsa estrada larga, pavimentada e sinalizada pelos dirigentes religiosos, cujo destino final é a destruição de todos que enveredam por ela, como elementos nocivos e perturbadores na Criação.
A separação entre os vivos e os mortos já está efetivada em nossa época. Agora, no período de consumação do Juízo Final, a humanidade já está separada em dois grupos: o dos espiritualmente mortos e o dos ainda espiritualmente vivos, pois outros não há. De um lado os condenados no Juízo, que constituem a imensa maioria; do outro, o grupo dos que poderão ser salvos. Estes últimos encontrarão a salvação se, ainda em tempo, abandonarem todo o falso e procurarem viver sinceramente, seriamente, de acordo com as Leis da Criação, instituídas pela Vontade de Deus. Para eles os golpes do destino são bênçãos, quando os forçam a movimentar-se espiritualmente e possibilitam sua salvação. É a Justiça em atuação conjunta com o Amor.
Após o Juízo todas as trevas terão sido destruídas e o mal estará definitivamente erradicado da Terra. Neste acontecimento também se reconhece a Justiça atuando em uníssono com o Amor divino, que obriga a limpeza na Criação, para alegria e paz dos que se esforçam em viver em conformidade com a Vontade de seu Criador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário